quinta-feira, 25 de agosto de 2011

II

Sou trancado dentro de mim, e para sempre,
Por este guarda de vinte anos!
Um só gesto dele, o olho, os cabelos na boca:
O meu coração abre-se e o guarda
Prende-me cá dentro, em festivas lágrimas.

Mal é fechada com bondade demais
Esta maldita porta
E já tu regressas. Perseguido pela tua perfeição,
Vejo agora contado o nosso amor
Pela tua boca que canta.

Este tango acutilante que se ouve na cela,
Este tango das despedidas.
És tu, Senhor, sobre este ar radiante?
Por caminhos secretos a tua alma terá ido
Para escapar aos deuses.

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